DOGVILLE
Dogville não existe tantos closes. Há incontáveis cortes e ângulos, mas a cenografia é desconcertante. O título dá nome a uma cidade sem paredes visíveis desenhada no chão de um estúdio retangular. Se a porta não está lá, o som de sua maçaneta sim. O dia e a noite têm luzes diferentes e os capítulos da história são separados por toscas cartelas de cinema mudo. É nesse espaço e clima que John Hurt narra a passagem de Grace (Nicole Kidman), fugitiva de gângsteres, pela provinciana Dogville, numa espécie de parábola metafórica sobre o período da depressão. A estética, aparentemente repulsiva, instiga tanto quanto o desenrolar da submissão da protagonista e do crescente abuso do poder dos moradores visivelmente inofensivos da cidade.
DOGVILLE, DINAMARCA/ EUA/ INGLATERRA, 2003.
DE LARS VON TRIES. COM NICOLE KIDMAN, PAUL BETTANY, LAUREN BACALL, PATRICIA CLARKSON, JEREMY DAVIES, BEN GAZZARA, PHILIP BAKER HALL, CHLOE SEVIGNI, STELLAN SKARSGARD. 177 MIN. WWW.DOGVILLE.CO.UK. IMOVISION. DRAMA.
posted by All Euphoria @ 12:34 AM
10 Comments:
Olha uma listinha de filmes aqui... Moulin Rouge, Amor a Flor da Pele e Cidade de Deus pra Karina!!
Beijinhos blogmaster
Dal, eu confesso que sou um fa da Nicole, mas no ano que ela fez esse filme acho que ela exagerou na dose. Foram varios no mesmo ano. Um trabalho atras do outro. Ela eh boa, mas faltou tempero. Talvez pelo pouco tempo que teve para se preparar para os filmes... sei la. E vc, gostou?
Eu acho Dogville um filmaço. Depois de assistir passei um tempão lembrando dele. Fiquei com a idéia horrorizante de que, nas condições certas de temperatura e pressão, todos nós, pessoas muito boas, honestas e trabalhadoras, podemos nos transformar em monstros e abusar dos mais fracos. O que vocês acham?
Dalton, quero te indicar um podcast que eu adoro e ouço toda semana. É o cinecast, feito por dois cinéfilos de Chicago. Vai em www.cinecast.com e baixa.
Eu concordo Raquel!! Eh triste admitir, mas acho bem possivel...
No caso do filme, diante de uma situacao atipica (o de esconder uma forasteira) o grupo se ve no direito de criar novas regras inclusive morais. E com uma justificativa (a de que ela representava um risco) e o consentimento de todos, a situacao tende a ser vantajosa apenas para um dos lados. Sendo os maus- tratos apenas uma consequencia da exploracao a que a persongem eh submetida.
E quando toda uma sociedade julga que um determinado tipo de atitude ou comportamento eh correto, eh muito dificil ir contra isso sozinho (como foi o caso do Thomas).
Entao pra mim, o que mais importa para as pessoas eh o julgamento da sociedade. Uma vez q se tem o consentimento dela, as pessoas nao sentem tanta culpa assim... O q mais impede as pessoas de praticarem a maldade eh que elas nao querem ser punidas por isso, q horror!!
Mas e o final entao? Achei disconcertante. E o que me chocou mais foi a minha propria reacao diante do desfecho...
Nossa, Cris. Você não quer escrever críticas de filme para o Mais? Arrasou na Amelie e arrasou de novo agora!
Eu também me surpreendi com o meu sentimento no final. Acho que foi o mesmo que o seu.
Brigada pelo elogio, Raquel!! : ) Mas soh sei falar de filmes q eu gostei muito, q me tocaram de alguma forma. Caso contrario... : (
...nas condições certas de temperatura e pressão.. interessante Raquel!
Estou sentindo que... a vida imita a arte e a arte... jah vi esse filme! E nao foi nao foi no cinema!
clap-clap-clap-clap! mtos aplausos para shi pq ela realmente arrasou.
eu tenho sentimentos ambiguos por esse filme. mta lenga-lenga anti-americanista no pacote sendo q mto do q o diretor condena eh universal.
portanto, clap-clap-clap! mais uma salva de palmas pra Shi por nao cair no discurso "os-americanos-sao-todos-uma-merda". escrevo isso pq tanto o diretor qto mtos defensores do filme preferem esse caminho mais facil (e duvidoso).
Nossa, seu anonimo!! Nao li nada de criticas a respeito desse filme, e fiquei ateh curiosa pra assistir de novo e ver esse outro ponto de vista. Pq acho q soh enxerguei mesmo essas questoes mais universais de q vc fala...
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